Capitalismo Consciente e Empresas Humanizadas geram valor aos stakeholders

As empresas exercem papel primordial de geração de riquezas, e contribuem com a redução da pobreza e distribuição de renda. Elas têm uma relevante função social, pois auxiliam no desenvolvimento econômico do país, aumentam as oportunidades de emprego, constituem fontes de receitas para o Estado e garantem a prosperidade das regiões nas quais estão inseridas.

Destaca-se que outro papel relevante das empresas é inserir produtos e serviços inovadores no mercado. No entanto, ao operar suas atividades, a empresa deve preocupar-se em construir um ambiente ético e em promover relações pautadas na confiança, assim como deve zelar pelo máximo respeito às pessoas.

Empresas que praticam o Capitalismo Consciente têm propósito elevado – elas existem por uma razão maior do que simplesmente obter lucro, elas genuinamente desejam transformar a vida das pessoas e fazem a diferença no mundo. Assim, de forma crescente e consistente, conquistam os corações dos consumidores conscientes e unem-se a parceiros que como elas acreditam nessa maneira virtuosa de fazer negócios, visando sempre o bem comum.

Companhia com essas características também são conscientes de seus deveres e orientam voluntariamente as partes interessadas, sempre com o olhar voltado aos clientes, funcionários e seus parceiros de negócios. O maior intuito é inspirar empreendedores e várias outras empresas para a transformação cultural, tornando-as em empresas humanizadas e, consequentemente, prósperas.

Sua liderança é servidora e consciente da sua missão, valores e do seu propósito. Possui objetivos que transcendem o limitado e mesquinho interesse próprio, pois são motivadas por propósitos elevados, e estão a serviço da sociedade.

A empresa capitalista consciente tem o poder de sensibilizar pessoas, para que essas inspirem outras pessoas a transformar o futuro de uma nação. Ela busca continuamente agregar valor aos seus parceiros de negócios, formando uma poderosa energia virtuosa e de prosperidade.

Cultura responsável é aquela que promove de forma contínua e intencional propósitos com altos níveis de confiança, autenticidade, transparência e cuidados genuínos com as pessoas, no âmbito das organizações.

A questão aqui é provocar uma reflexão sobre a forma como estamos fazendo negócios. Será que insistir na velha maneira de se relacionar com o mercado, e com os clientes, trará sentido e significado para nossas vidas? Vale a pena viver uma vida sem propósito maior? Obter lucro a qualquer custo faz sentido para você e seus colaboradores?

Como especialista em compliance avançado e empresária, posso garantir que vale mais investir em transformação cultural a criar inúmeras ferramentas de controles, que podem tornar as pessoas meros robôs. Precisamos de gente cuidando de gente.

Para transformar organizações, antes de tudo, o líder precisa ressignificar o sentido da sua própria vida, questionar-se sobre o porquê de sua existência e qual valor ele agrega à vida das pessoas. Isso sim trará mais propósito e significado à sua existência.

Quero lhe fazer um convite: entre e retire a sua couraça, você não precisa mais dela, olhe à sua volta e veja o que de fato importa, que são as pessoas e o poder que você tem de contribuir para a evolução de cada uma delas.

Precisamos ressignificar a cultura nas organizações e dar a direção com base em propósitos elevados e valores, isso ocorre com a sua própria transformação pessoal.

Baseie a sua vida na ética, no amor e na integridade. Olhe ao redor e perceba o valor que você tem na vida das pessoas e inúmeras oportunidades de trabalhar em favor da humanidade.

Algumas empresas no Rio já aderiram à cultura do cuidado ao outro e ao capitalismo consciente. Empresas como a Reserva e a Visagio vêm revolucionando o mercado carioca e brasileiro com suas causas que vão além do lucro a qualquer custo. Elas operam suas atividades com verdadeira paixão e de fato desejam transformar (e transformam) a vida das pessoas.

Percebe-se que as empresas humanizadas geram prosperidade e provocam impacto social positivo superior às empresas meramente capitalistas, isto é, aquelas que têm seu olhar voltado para resultados imediatistas, com foco no resultado do trimestre. Fica claro que a visão de curto prazo empobrece a todos, além de provocar uma verdadeira miopia que gera a incapacidade de enxergar o que realmente importa: nossa capacidade de transformar a vida das pessoas.

Ah, o lucro! Ele certamente virá e com muito mais significado.

Avante Rio!

Luana Lourenço - Graduada em Direito pela Universidade Católica do Salvador. LL.M em Direito Empresarial com Especialização em Compliance Avançado pela FGV Direito Rio. Cursa o Máster Profesional em Compliance na IMF Business School, em Madri. Professora de Pós-graduação na Universidade Católica do Salvador. Diretora-Fundadora da Ocean Governança Integrada – Direcionando Empresas. Fundadora do Portal Governança no Rio - uma iniciativa para construir a integridade e desenvolvimento sustentável na cidade e no estado do Rio de Janeiro.